Estudo publicado pela Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos confirma as previsões do criticado IPCC e reforça evidências e riscos das mudanças climáticas. O levantamento foi encomendado à Academia Nacional de Ciências ainda durante o Governo Bush e resultou em um estudo abrangente sobre as mudanças climáticas, suas conseqüências, impactos e soluções. A iniciativa, chamada America’s Climate Choice, contou com a participação das principais instituições de pesquisa americanas.
O estudo foi publicado em três relatórios, Aprimorando a Ciência das Mudanças Climáticas, Limitando a Magnitude das Mudanças Climáticas e Adaptação às Mudanças Climáticas. O formato segue a mesma lógica das publicações do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC). O lançamento oficial do estudo foi no último dia 19.
Os relatórios confirmam a conclusão do último relatório do IPCC, de 2007, de que as mudanças climáticas observadas nas últimas décadas estão relacionadas ao aumento das emissões antrópicas de gases de efeito estufa e apresentam ameaças reais a humanidade, a biodiversidade e aos ecossistemas. Os relatórios propõem também novos sistemas e procedimentos de aprimoramento à ciência das mudanças do clima e formas de se levar este conhecimento aos tomadores de decisão e aos indivíduos de forma mais simples e efetiva.
O estudo aponta para a necessidade de ações compartilhadas entre governo, empresas e sociedade com o objetivo de limitar as emissões de GEE e liderar o processo na busca de novas tecnologias rumo a uma economia de baixo carbono. Além disso, ele alerta que a inação agora levará a maiores custos no futuro, o que reforça as conclusões do IPCC e do Stern Review.
A necessidade de redução de emissões entre 2012-2050 esta na ordem de 170 a 200 GtCO2, o que vai ao encontra da proposta apresentada pela administração Obama e a lei em tramitação no senado. O relatório não define a forma de alcançar estas reduções, mas aponta que um sistema de precificação de carbono (taxação ou mercado) é o mais indicado e que dentro de um limite prefixado de emissões, o sistema de mercado (cap-and-trade) é mais recomendado. Ademais, é apontado que este sistema de precificação deve ser complementado por políticas públicas específicas, como o desenvolvimento de novas tecnologias, pesquisas em energias renováveis, nuclear e CCS (Carbon Capture and Storage Systems), entre outras.
Finalmente, o relatório aponta para a necessidade de aprimoramento do conhecimento sobre os impactos da mudança do clima em nível regional e local, para assim ser possível delinear estratégias para mitigar os riscos identificados.
O momento não poderia ser melhor, pois ao mesmo tempo reforça a credibilidade do criticado Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) e “da munição” aos proponentes e incentivadores da Lei Climática Americana em tramitação no senado.
Fonte: Natalia Pasishnyk – Portal Exame
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