Que a arborização nas cidades é benéfica e positiva, isto não nos resta dúvidas, o que complica é quando as árvores são cultivadas da forma errada, em especial na escolha da espécie para dividir os espaços nas calçadas com a população.
Infelizmente é freqüente encontrarmos árvores em locais irregulares nas grandes cidades, acarretando em esbarrões, tropeções e muitas vezes gerando fraturas e machucados nos pedestres, em especial os de maior idade. As pobres ficam sufocadas, pressas em espaços muito pequenos e são obrigadas a ocupar mais espaço nas calçadas e quebrar o que tiver pela frente para suas raízes se acomodarem melhor.
O correto seria que todas as árvores que foram ou serão plantadas respeitassem um padrão de plantio para evitar tais transtornos na comunidade, não somente os tombos e tropeções, mas também incidentes com a rede elétrica. Antes de plantar árvores nas calçadas é necessário levar em conta que: elas precisam de espaço para receber água e para as raízes crescerem sem estragos, o local do plantio deve respeitar a metragem exigida pela Lei do Passeio Livre, que é de 1.20m de largura e se atentar a espécie que será plantada. Uma ótima solução para tirar suas dúvidas com relação a qual tipo de árvore poderá ser plantada, é procurar o Departamento de Meio Ambiente de sua cidade e verificar quais as espécies autorizadas e/ou sugeridas por eles, muitas vezes eles até doam as mudas; acesse os sites de algumas companhias de energia elétrica que contem toda a informação sobre quais espécies plantar e no site da SVMA (http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/meio_ambiente/publicacoes_svma/index.php?p=3789) o Manual Técnico de Arborização Urbana, que explica detalhadamente o jeito correto de plantar, além de características das espécies que se adaptam bem às vias urbanas.
A solução para o plantio correto já temos, o problema é que por falta de controle no passado, até mesmo os governos plantavam errado. Espécies como o ficus elástica foram espalhadas pela cidade, sem canteiro, sem espaço para seu desenvolvimento e sem a percepção de que, quando crescidas, espalhariam sua vegetação pelas ruas. Isso não só danifica as vias, como adoece as plantas, sem espaço em seu solo ela fica sufocada, e adoecer.
Na cidade de São Paulo, a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente criou um programa inédito na cidade desde janeiro, em um projeto piloto na região da subprefeitura da Lapa, na Zona Oeste da capital. O projeto Identidade Verde tocado pela Secretaria da Coordenação das Subprefeituras, é especificamente voltado para a catalogação e cuidado de árvores em ruas e calçadas. O programa é composto por três estágios: no primeiro há a catalogação das espécies, junto com a contagem de cada exemplar. Depois, vem o planejamento das ações cabíveis – poda, cuidado com árvores doentes, plantios de mudas. A terceira etapa é uma execução integrada de todos os serviços capazes de ajudar para que todos os passos deem certo. É um programa de larga escala com sistema minucioso.
O Identidade Verde pesquisou, até agora, uma área verde de 1.5 milhão de m², e mais de 40 vias tiveram suas espécies cadastradas, totalizando 3.409 árvores. Nesta fase, foi possível detectar que um dos principais fatores de quedas de árvores é a limitação de espaço para o desenvolvimento de raízes sadias. Em quase três meses foram feitas 65 ampliações de canteiros. Até o fim do ano, a meta é que todas as 31 subprefeituras coloquem o projeto em prática.
Desta forma, o que não podemos é esquecer os inúmeros benefícios que as árvores nos trazem, mas que haja um cuidado com o seu plantio para não gerar problemas a elas próprias e a população em geral. Conscientizar as pessoas e os órgãos competentes cuidar das árvores já plantadas é o nosso dever.
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